Introdução
Anaplasmose e babesiose são duas enfermidades distintas, que formam o complexo conhecido como tristeza parasitária bovina (TPB). A babesiose é causada pelos protozoários Babesia bovis e B. bigemina e a anaplasmose causada pela rickettsia Anaplasma marginale. Os três agentes são transmitidos pelo carrapato do boi, Rhipicephalus (Boophilus) microplus. A anaplasmose também pode ser transmitida de forma iatrogênica, transplacentária e por vetores mecânicos como moscas hematófagas, mutucas e culicídeos (Kessler 2001).
Agente etiológico
- Grandes babesias: B. bigemina B. caballi e B. canis;
- Pequenas babesias: B. bovis e B. equis.
- Viscerotropicas: eritrócitos infectados também podem ficar sequestrados no endotélio capilar ou pós-capilar. Os animais podem apresentar a doença sem que a parasitemia esteja alta. Espécies B. bovis, B. caballi e B. canis. Causa sintomatologia nervosa (trombos no SNC),; Não há hemólise na circulação causada diretamente pelo parasita, a anemia se dá por inutilização das hemácias Hemoglobinúria rara com prognóstico desfavorável; Diarreia causada por trombos intestinais.
- Não viscerotropicas: forma periférica, parasitemias altas. espécies: B. bigemina e T. equi; Saída dos merozoitos das hemácias causa ruptura e hemólise das mesmas levando a um quadro de hemoglobinúria e icterícia.
Distribuição geográfica
A distribuição geográfica da TPB é limitada pela presença do carrapato vetor, que necessita de fatores ambientais favoráveis para completar seu ciclo biológico, variando em três áreas de ocorrência:
1) áreas livres, onde o carrapato não ocorre devido a condições climáticas que impedem o desenvolvimento do parasito;
2) áreas de instabilidade enzoótica, onde a ocorrência de uma estação seca ou fria impede o desenvolvimento da fase de vida livre do carrapato durante parte do ano. Assim, os bovinos passam uma época do ano sem ter contato com o parasita ou com poucos carrapatos, com isso não desenvolvem imunidade duradoura contra a doença. Nesses rebanhos há um significante risco de TPB devido à presença de suficiente número de animais susceptíveis que não foram infectados até os 7-10 meses de idade;
3) áreas de estabilidade enzoótica, nestas o carrapato está presente durante todo o ano, de forma que os bovinos são expostos a carrapatos infectados até os 7-10 meses de idade e durante o resto da vida, permanecendo imunizados. Nesses rebanhos, são raros os casos de doença clínica (Madruga et al 1993, Sacco 2002).
Sintomas
- Febre
- Anemia
- Icterícia
- Hepato e Esplenomegalia
- Bilirrubinúria
- Hemoglobinúria
- Aborto
- Reabsorções embrionárias
- Queda da capacidade muscular e da performance
- Petéquias
- Hemorragias de membranas mucosas
Diagnóstico
O diagnóstico da TPB deve levar em consideração os dados epidemiológicos, sinais clínicos, lesões observadas à necropsia e principalmente exames laboratoriais. O diagnóstico clínico nos casos de suspeita de TPB tornas-e de suposição uma vez que os sinais clínicos podem ser confundidos com os de outras doenças. Desta forma o diagnóstico laboratorial, pela identificação do agente e o hematócrito, torna-se de extrema importância para a confirmação da doença e, consequentemente, para se fazer o tratamento específico dos animais e com isso, reduzir também os custos com medicação (Farias 2007).
Métodos diretos: - esfregaço sanguíneo
-ciclo reprodutivo intra-eritrocitário formam uma tétrade conhecida como cruz de Malta.
- PCR
-coletas de sangue em tubos contendo EDTA
Métodos indiretos: - Mensuração das respostas imunológicas
-Fixação do complemento (baixa sensibilidade)
-imunufluorescência indireta (teste complementar)
-ELISA ( OIE, 2004-teste oficial)
-coletas em tubo sem anticoagulante
Obs: *Ambos os métodos: amostras enviadas – 2 a 8 ºC
Tratamento
Mais utilizados no meio veterinário: Dipropionato de Imidocarb.Via intramuscular.
Medidas profiláticas
- combate aos carrapatos e as moscas
- uso de materiais descartáveis
- exames hematológicos periódicos em áreas endêmicas
- manutenção da higiene geral
- manejo adequado
Referências bibliográficas
THOMASSIAN, A. Nutaliose (babesiose equina). Enfermidades dos Cavalos, p.76, 2005.
REVISTA CIENTÍFICA ELETÔNICA DE MEDICINA VETERINÁRIA – ISSN: 1679-7353 Veterinária e Zootecnia de Garça FAMED/FAEF e Editora FAEF;Ano VI – Número 10 – Janeiro de 2008 – Periódicos Semestral 1136 Botteon et al.
Costa V.M.M., Rodrigues A.L., Medeiros J.M.A., Labruna M.B., Simões S.V.D. & Riet-Correa F. Tristeza parasitária bovina no Sertão da Paraíba., PB., 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário