Introdução
Giardia sp é um protozoário entérico que afeta humanos, animais domésticos e silvestres. As espécies de giárdia isoladas de mamíferos apresentam aspectos morfológicos e propriedades antigênicas, genéticas e bioquímicas similares. Existem evidências de que Giardia lamblia não apresenta especificidade quanto ao hospedeiro e pode parasitar seres humanos, assim como uma variedade de outros animais, sendo considerada uma importante zoonose.
Biologia
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Giardia |
O ciclo de vida consiste em dois estágios: trofozoítos e cistos viáveis. O cisto viável ingerido é a forma infectante sendo capaz de sobreviver em ambiente externo adequado por longos períodos. Os trofozoítos, formas que causam a doença, apenas aderem ao epitélio do enterócito, não apresentando capacidade invasora ou destrutiva direta.
Epidemiologia
Depende de fatores relacionados á:
- Hospedeiro: idade, estado imune e nutricional;
- Ambiente: contaminação ambiental, densidade populacional, praticas sanitárias deficientes, temperatura e umidade;
- Agente: existem isolados de diferentes espécies animais,
- torna-se necessário estudos de caracterização genética.
- Favorecida pela umidade;
- Destruição rápida por fervura
- Resiste 2 meses a 8 ºC
- 99% são destruidos com congelamento;
- São resistentes ao Cloro e ao Pergamato de potássio.
Transmissão
Os cistos podem ser ingeridos através da água e de alimentos contaminados, mas a transmissão direta pela via fecal-oral também é possível, especialmente em áreas em que os animais se encontram aglomerados como em canis e gatis. Mesmo o contato do homem com as fezes ou fômites (terra, alimentos, água) favorece a transmissão feco-oral. As amostras fecais de cães e gatos podem contribuir também para a contaminação da água.
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Ciclo da Giardia |
De cada cisto são produzidos dois trofozoítos filhos, os quais vivem nas vilosidades intestinais, interferindo na absorção normal dos nutrientes colonizando o duodeno e jejuno. Os trofozoítos fixam-se na mucosa, e em condições adversas se encistam novamente e são excretados pelas fezes.
Causam o encurtamento dos microvilos e diferenciação incompleta dos enterócitos, reduzindo a área de absorção. Aumentam a motilidade do TGI o que acarreta no decréscimo do tempo de transito levando á síndrome de má absorção e digestão. Causa também alergia alimentar
Sinais clínicos
Em sua maioria, as infecções por giárdia em cães e gatos provavelmente não estão associadas a sinais clínicos, embora as infecções sintomáticas sejam comuns em animais jovens, e assintomáticos em animais adultos.
Em animais jovens pode causar diarréia intermitente com comprometimento da digestão e absorção de alimentos, acarretando desidratação, perda de peso e morte em alguns casos.
O período de incubação da giardíase intestinal é de 1 a 3 semanas (Geralmente 9 a 15 dias após o paciente ingerir cistos de giárdia). A duração do período de incubação está relacionada com o tamanho do inóculo. A infecção pode iniciar após a ingestão de um só cisto. A fase aguda dura 3 ou 4 dias.
Os transtornos digestivos característicos são de início brusco semelhante a uma gastroenterite aguda com anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia aquosa e sem febre ou pode ser de começo progressivo, sendo esta a forma mais freqüente. A giardíase sintomática tem sido associada com grande
número de bactérias aeróbicas e anaeróbicas no intestino delgado proximal. O sobrecrescimento bacteriano pode causar modificação da arquitetura mucosa semelhante a da giardíase. A infecção assintomática é a forma mais comum, principalmente nas áreas onde o parasita é endêmico.
Diagnóstico
Direto: esfregaço de fezes frescas e diarreicas, presença de trofozoítos móveis, comum falsos negativos; método de flutuação: sulfato de zinco
Indireto: Elisa e RIFI
Profilaxia e Controle
Higiene pessoal e cuidados com o manuseio de alimentos
e com a água, tratamento de animais parasitados, vermifugação periódica,
acompanhamento de um médico veterinário com realização de exames
parasitológicos regularmente são alguns dos fatores que contribuem para o
controle desta doença.
Higiene ambiental: remoção das fezes e matéria orgânica, uso de água fervente e desinfetantes( amônia quaternária). Exposição á luz solar; Evitar a contaminação mecânica limpando botas e sapatos e com instalação de pedilúvio na entrada do local.Higiene do animal: banhos com xampoo, isolamento e tratamento dos animais novos em ambientes livres do agente.
Tratamento
Metronidazol é o medicamento mais freqüentemente utilizado no tratamento de cães e gatos com giardíase. Não deve ser utilizado em fêmeas prenhes.
Bibliografia
MARCELA E. Z Disponível em< http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/giardiase/giardiase-6.php.> Acessado em 3 de Fev. 2013.
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